Anarquia
Fonte:<
http://www.infoescola.com/politica/anarquia/>.
Acesso: 18/03/2016
Anarquia é um conceito político que prega a eliminação de
qualquer forma de governo compulsório.
A origem do anarquismo é considerada por
alguns como algo bem antigo, o que é justificado através de diversos textos de
autores de um passado distante. Porém, sem dúvida, o anarquismo em sua forma
moderna é bem datado, fruto do Iluminismo
e especialmente das ideias do filósofo Jean Jacques Rousseau em torna da
centralidade moral da liberdade. Outros intelectuais vieram depois formulando
concepções políticas e econômicas do anarquismo até chegar a ideia de ausência
total de um Estado e formação de sociedades voluntárias. O primeiro a
efetivamente se declarar anarquista foi o filósofo francês Pierre Joseph
Proudhon, considerado por algumas pessoas como fundador da teoria moderna
do anarquismo.
A ideologia da Anarquia ganhou vários
seguidores e desempenhou um importante papel entre as sociedades do século XX,
momento em que repercutiu com maior força. O anarquismo esteve presente os
seguidores da Revolução Russa de 1917 e nos movimentos civis da
Espanha, por exemplo. A ideologia conquistou muitos trabalhadores europeus, que
trouxeram as ideias quando migraram para o Brasil nas décadas finais do século
XIX e nas décadas iniciais do século XX. Em território brasileiro, os
imigrantes, sobretudo italianos, ajudaram a difundir os preceitos do anarquismo
entre os trabalhadores e a ideologia anarquista foi fundamental para a eclosão
das primeiras greves brasileiras ocorridas na década de 1910. Até a Segunda Guerra Mundial, o anarquismo
permaneceu muito forte entre os movimentos operários, mas depois perdeu a
característica de movimento de massa. Ainda assim, continuou influenciando
revoltas populares como o Maio de 68, na França, o anti-Poll Tax,
no Reino Unido, e os protestos nas reuniões da Organização Mundial do Comércio
(OMC).
Anarquia, ao contrário do que imagina a cultura popular,
nada tem a ver com a ausência de ordem. Mas sim com a ausência de coerção. Ou
seja, anarquistas são basicamente contra qualquer ordem hierárquica que não
seja livremente aceita. A noção equivocada do movimento foi promovida pela
oposição politica e movimentos religiosos ao longo do século XX. Da mesma
forma, ataca-se erroneamente o anarquismo acusando-o de ser um movimento sem
solidariedade, enquanto, na verdade, o anarquismo tem como preceito básico o
auxílio mútuo entre os homens.
O anarquismo, para bem saber, passa por preceitos
que são fundamentais. O anarquismo é a emergência de um sentimento puro que
permite a cada um desenvolver seu próprio instrumento intelectual, ou seja, é
um princípio de não-doutrinação. Talvez o mais conhecido dos conceitos
anarquistas seja o da revolução social, que consiste na quebra do Estado e de
suas estruturas. É dele que vem a perspectiva do humanismo, defendendo que os
grupos humanos seriam capazes de se organizarem de forma autônoma e não
hierárquica. O que se liga ao conceito de antiautoritarismo. Todo esse panorama
permitiria a liberdade necessária para qualquer pensamento, formulação ou ação
anarquista. Rejeitam também a intermediação de políticos na resolução de
problemas sociais, defendendo a ação direta e o apoio mútuo. Essas medidas
devem ser difundidas, consistindo no conceito de internacionalismo. Os
anarquistas compreendem as revoltas como importante substrato humano para o
desenvolvimento social. Após a introdução desses conceitos, uma sociedade
anarquista deveria ser baseada em uma educação avançada como base de
coexistência harmônica. Como negam a hierarquia e as estruturas
organizacionais, a sociedade anarquista deveria ser baseada na flexibilidade e
na naturalidade das organizações. Essa sociedade seria organizada através de um
federalismo libertário, que subdividiria a sociedade de modo que pudesse
potencializar as interações humanas e sociais. E, claro, todos os indivíduos
teriam responsabilidades individuais e coletivas.
Ainda assim, como acontece nas ideologias humanas,
o anarquismo também não é único, é formado por várias vertentes
interpretativas. Uma delas é a do mutualismo, que propõe uma ordem espontânea
sem uma autoridade central e em um modelo de sociedade que se preocupa com a
reciprocidade. A vertente individualista do anarquismo enfatiza a vontade do
indivíduo sobre quaisquer tipos de determinantes externos. Já a vertente social
do anarquismo defende um sistema de propriedade público dos meios de produção e
também o controle democrático das instituições. Representa a maior escola de
pensamento anarquista. Há ainda as numerosas correntes pós-clássica, como o
anarcofeminismo, que une o feminismo radical e o anarquismo, e o anarquismo pós-esquerdismo, que procura
se afastar da esquerda política tradicional.
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