O
termo "geografia" é muito antigo. Remonta à Grécia clássica. No
entanto, o conteúdo que se atribui a esse termo variou bastante ao longo dos
séculos. Atualmente, a geografia vive um momento de questionamento de seus
modelos tradicionais e de busca de novos caminhos metodológicos.
De
qualquer modo, o entendimento contemporâneo que se dá à geografia a concebe
como uma ciência sintética e empírica, que estuda a manifestação e o
relacionamento dos fenômenos na superfície terrestre.
De
fato, para entender a verdadeira dimensão e importância do homem,
obrigatoriamente devemos compreender as rigorosas limitações que a natureza
impõe à nossa existência. O lugar comum dos seres humanos é a superfície terrestre, ainda que os
avanços tecnológicos nos tenham permitido ultrapassar as altas camadas da
atmosfera, atingir a Lua e até outros planetas do sistema solar.
Estrato geográfico terrestre
Convém
lembrar, contudo, que não são todas as áreas da superfície da Terra que servem
de abrigo natural ao homem. Geleiras, oceanos, desertos, pântanos e montanhas
elevadas são limites naturais que a humanidade pode superar com investimentos
econômicos e tecnologia. Porém, isso só ocorrerá quando houver interesse
político, científico ou ainda viabilidade econômica. Quer dizer, se houver uma
necessidade premente de se conquistar espaço para as atividades socioeconômicas
e políticas.
Nesse
sentido, o espaço vital para a sobrevivência humana é claramente delimitado. Em
"Fundamentos teóricos da moderna geografia física na interação de ciências
sobre o estudo da Terra" (1968), o geógrafo soviético A.A. Grigoriev
denominou esse espaço como estrato geográfico terrestre e o definiu como
sendo limitado pela litosfera, como piso, e a estratosfera, onde se situa a
camada de ozônio, como teto.
É
nesse intervalo de poucas dezenas de quilômetros - que vai da parte superior da
crosta terrestre até a abixa atmosfera - onde vivem naturalmente o homem, assim
como os demais seres animais e vegetais. Esse é o palco onde as sociedades
humanas se organizam, se reproduzem e promovem grandes alterações na natureza.
Vivendo e interferindo com a biosfera
O
objeto máximo de preocupação da geografia - o homem e suas complexas relações,
vivendo e interferindo com a biosfera - encontra-se nessa interface onde se
encontram separados, de um lado, o núcleo terrestre, e de outro, a alta
atmosfera e o espaço celeste do universo. A dinâmica que rege os fenômenos da
natureza contidos no estrato geográfico é produto do confronto entre as forças
geradas pela energia do Sol que atua na superfície
terrestre, com a ajuda da atmosfera, e a energia interior da Terra, que age
através da crosta terrestre ou litosfera.
A
geografia de hoje visa a conhecer cada dia mais o ambiente natural de
sobrevivência do homem, bem como entender o comportamento de nossas sociedades,
nas suas relações com a natureza e nas suas relações socioeconômicas e
culturais. Desse modo, a geografia se interessa em apreender como cada
sociedade humana organiza e estrutura o espaço físico territorial diante dos
limites impostos, por um lado, pelo meio natural, e, por outro, pela capacidade
técnica, o poder econômico e os valores socioculturais.
Organização socioeconômica
Assim,
é de absoluto interesse para o conhecimento geográfico essa intensa troca de
conhecimentos, mercadorias e moedas que são determinadas tanto por necessidades
naturais quanto por necessidades criadas pelo própria civilização
contemporânea, as quais se ampliam e se tornam cada dia mais complexas.
São
objetos do estudo geográfico a organização da sociedade na agricultura e na
indústria, a dinâmica demográfica, o crescimento e a organização das cidades,
suas causas e consequências. Além disso, a geografia contemporânea deve
esmiuçar o que acontece com o crescente processo de distanciamento entre os
interesses socioeconômicos e as necessidades de preservação dos recursos
naturais.
Nas
palavras de Jurandyr Luciano Sanchess Ross, da Universidade de São Paulo,
"a procura de soluções alternativas para o desenvolvimento econômico, com
justiça social e racionalização do uso dos recursos naturais que atenue os
impactos ambientais, é o rumo a ser perseguido pelas sociedades atuais e
futuras. Isso deve ser objeto de preocupação da geografia, ajudar a encontrar o
caminho para o desenvolvimento sustentável".
Áreas de estudo
Finalmente,
vale esclarecer que esses estudos podem ser delimitados por áreas, de modo que
se pode falar em:
Geografia física
|
o conjunto das
disciplinas que estudam os componentes do meio natural, geomorfologia,
climatologia, hidrologia, pedologia e biogeografia.
|
Geografia
econômica
|
estuda os
fenômenos da produção, da troca, da circulação e do consumo de bens materiais
e de serviços em sua dimensão espacial.
|
Geografia humana
|
estuda os
fenômenos relacionados à população – evolução demográfica e espacial da
população, localização e forma de assentamentos dos grupos humanos e suas
atividades (o que acaba englobando a geografia econômica).
|
Geografia
regional
|
ocupa-se do
estudo monográfico de uma região ou de uma combinação de fenômenos no âmbito
de uma região.
|
Geografia
política ou geopolítica
|
estuda a relação
entre o espaço e o poder, ou entre o Estado e o território.
|
Fonte:
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/geografia-o-que-e-e-o-que-estuda.htm
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