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domingo, 4 de setembro de 2011

NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA

NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA

Geomorfologia significa, etimologicamente, “o estudo da forma da Terra” (geo – terra; morphos – forma; logos – estudo).


HUBP (1989) define Geomorfologia como ciência geológico-geográfica que estuda o relevo terrestre, sua estrutura, origem, história do desenvolvimento e dinâmica atual.


O objeto de estudo da Geomorfologia é o relevo da superfície do planeta, em seus aspectos genéticos, cronológicos, morfológicos, morfométricos e dinâmicos. Esse objetivo ocorre numa zona de contato entre a litosfera, palco dos fenômenos geomorfológicos em cada meio em que se encontram. Materializa-se assim a lei dialética da luta dos contrários, que permite descobrir as causas do eterno movimento e desenvolvimento do mundo natural.

O relevo terrestre corresponde ao conjunto de reentrância e saliências observadas na superfície do planeta, formadas por inúmeros processos. Esses processos podem ser provenientes do interior da Terra (endógenos), englobando os movimentos tectônicos e as manifestações vulcânicas, e das forças externas (exógenos) à litosfera, mediante as interferências dos fenômenos climáticos, da gravidade e da cobertura vegetal.


ESTRUTURA GEOLÓGICA

A idade da Terra


A idade da Terra é calculada em cerca de 4,5 bilhões de anos. Desde a sua origem até os dias atuais, ela foi palco de inúmeras transformações, tanto física quanto biológica.

A escala geológica do tempo mostra a cronologia dos principais acontecimentos da história da Terra e suas respectivas eras e períodos.



As placas Tectônicas



A Teoria da Tectônica de Placas representa uma verdadeira revolução acontecida, na Geologia, nos anos 60. apoiou-se na antiga hipótese da migração dos continentes, levantada por Alfred Wegener no livro “The Origin of  Continents and Oceans”, editado em 1915.

Wegener acreditava que os continentes estiveram unidos em épocas passadas e depois sofreram uma ruptura com uma conseqüente migração em direções diversas. Esse gigantesco continente foi denominado de Pangea (figura4). Uma parte da Pangea, formada pelo que hoje corresponde à América do Sul, África, Antártida, Índia, Austrália e Madagascar, é conhecida como “Continente de Gondwana”.

Inúmeras evidências foram apresentadas por Wegener em defesa de sua hipótese, tais como:


  • O ajuste geométrico da América do Sul à África;
  • A reconstrução de antigas zonas climáticas da África, América do Sul e Índia;
  •  Os fósseis e correspondências litológicas de um lado e de outro do Atlântico;
  • Os vestígios de uma superglaciação ocorrida no permocarbonífero, que atingiu sincronicamente diversos continentes.

Os limites entre as placas litosféricas podem ser: a) áreas convergentes ou frontais, onde uma placa colide com outra, representadas por sistemas de montanhas jovens (Andes, Himalaia, Alpes etc.), fossas submarinas ou trincheiras e arcos insulares; b) áreas divergentes, onde se verifica uma separação das placas a partir de um eixo de uma dorsal submarina; c) falhas de transformação, que são rupturas transversais a uma dorsal submarina.


Rochas

Rocha pode ser definida como um agregado mineral de uma composição e estruturas variadas que se forma em conseqüência de processos geológicos, encontrados como um corpo interdependente constituinte da crosta terrestre. Levando-se em conta os principais processos geológicos, podem ser reconhecidas três classes de rochas: ígneas, sedimentares e metamórficas.



As rochas ígneas

As rochas ígneas, também chamadas de magmáticas, são aquelas que se formam pela solidificação produzida pelo resfriamento de soluções quentes conhecidas como magma.

Quando o material magmático surge na superfície terrestre, entrando, portanto, em contato com a atmosfera, recebe a denominação de lava. A temperatura da lava é uma função da composição química e conteúdos de gases do material magmático. Alguns autores estimam essas temperaturas entre 700 e 1.200º C.

As rochas ígneas ocupam aproximadamente 95% do volume total da crosta terrestre, porém representam somente 25% da superfície. De acordo com a sua localização, essas rochas se subdividem em intrusivas e extrusivas ou efusivas.


             Granito                                                                            Basalto



                                                                Rocha efusiva_lava
As rochas ígneas intrusivas se formam em áreas profundas, a partir do resfriamento lento do material magmático. São exemplos dessas rochas: granito, sienito e pegmatito.

As rochas ígneas extrusivas têm origem mediante o resfriamento do magma terrestre em áreas superficiais da crosta. Os exemplos mais comuns desse tipo de rocha são basalto, diabásico, traquito e andesito.

No que concerne à composição química das rochas ígneas, podemos dizer que ela é bastante complexa, havendo, contudo, um certo predomínio de sílica.


 As rochas sedimentares

As rochas sedimentares são todas aquelas formadas pela acumulação de materiais em um meio aquático ou subaéreo. Essas rochas, de acordo com o processo de formação e sua composição, podem ser classificada em detríticas, químicas e orgânicas.


As rochas sedimentares detríticas são originadas a partir dos detritos provenientes de rochas pré-existentes. Esses detritos são arrancados e transportados até as áreas de deposição, onde, após a ação dos chamados processos diagenéticos, transformam-se em rochas sedimentares. A textura desse tipo de rocha é determinada basicamente pelos seguintes elementos: partículas, matriz e cimento.


Dentre os principais tipos de rochas sedimentares detríticas destacam-se os seguintes: folhelho, arenito, silito e tilito.

As rochas sedimentares químicas são as que se formam a partir da precipitação de substancias químicas que se encontram solubilizadas em meio aquoso. Dentre os grupos de rochas sedimentares químicos, podemos mencionar: a dolomita, o calcário, o gesso, etc.

As rochas orgânicas são resultado da decomposição de organismos vegetais e animais, a exemplo do carvão mineral, encontrado em bacias sedimentares que foi formado pela decomposição de florestas, que foram soterradas em áreas anaeróbias.


As rochas metamórficas

 Calcário metamorfizado e recristalizado, duro e compacto, de cores variadas, que se pode polir, e que se emprega em obras de arquitetura e escultura.

Escultura executada em mármore:
                                                                   Mesa de Marmóre


As rochas metamórficas são as que resultam de transformações sofridas por outras. A essas transformações dá-se a denominação de metamorfismo. Não são, contudo, consideradas transformações metamórficas a alteração superficial das rochas e a sedimentação seguida de diagênese.

De uma maneira geral, o metamorfismo se verifica quando há um acréscimo de temperatura pela aproximação e contato do magma, ou um aumento de pressão, seguido de deslocamento dos corpos rochosos.

Os principais tipos de rochas metamórficas são quartzo, ardósia, xisto, gnaisse, milonito e mármore.


Fatores exógenos


Os fatores exógenos do relevo terrestre compreendem o conjunto de processos complexos de formação do modelado que estão condicionados pelo intemperismo, desnudação e acumulação, conforme define KOSTENKO (1991). Tais processos estão submetidos aos fatores tectônicos, ao campo gravitacional do planeta, ao clima e às influências exercidas pela Lua e pelo Sol.

O clima é um dos mais destacados componentes da esfera geográfica. Influencia consideravelmente todos os componentes do  complexo geográfico natural, particularmente o relevo terrestre.

 Jean Tricart e André Cailleux afirmam que a influência do clima sobre o relevo terrestre se dá de duas maneiras: direta e indireita.

As influências diretas são decorrentes dos principais elementos do clima sobre os corpos rochosos que estão expostos ao ar atmosférico. Esses elementos são sobre tudo as precipitações, a umidade, a temperatura do ar e os ventos.

As ações do clima sobre as rochas acarretam, inicialmente, os processos de meteorização destas e, posteriormente, a ocorrência de processos erosivos deposicionais.

Inúmeros mecanismos morfogenéticos do relevo terrestre são devidos a essas influências climáticas diretas. Eis alguns exemplos:


  • A alternância gelo-degelo verificada nas áreas periglaciais, que determina a crioclastia;
  • As fortes amplitudes térmicas diárias ocorridas em ambientes desérticos, responsáveis pela meteorização mecânica das rochas;
  • As interferências da umidade atmosférica sobre as rochas, determinando a meteorização química;
  • As variações de umidade e secura dos ambientes tipicamente tropicais que provocam o aparecimento de couraças lateríticas;
  • A atuação dos ventos nos ambientes secos acarretando a formação de depressões de deflação e dunas;
  •   As precipitações pluviais, interferindo no escoamento superficial e no regime dos rios.

As influências indiretas manifestam-se através da cobertura vegetal. A vegetação funciona como um obstáculo à atuação dos elementos climáticos, sobre as formações superficiais. As áreas que se apresentam recobertas por florestas latifoliadas possuem um escoamento superficial limitado e, conseqüentemente, uma absorção de grande quantidade de água. As áreas sem florestas, sob condições climáticas úmidas, mostram um escoamento superficial acelerado, uma infiltração rápida e, em decorrência, intenso processo de erosão do regolito.

A vegetação densa impede que os processos morfogenéticos se exerçam livremente sobre as rochas alteradas, atenuando, assim, os processos erosivos.

Nos dias atuais, o estudo das formas de vertentes e da sua evolução vem sendo feito levando-se em conta as interferências dos fatores morfoclimáticos no presente e no passado. As feições assumidas pelas vertentes podem denunciar as condições climáticas que desencadearam os processos morfoesculturados das paisagens. Existem vários exemplos dessa correlação:


  • Na região tropical úmida, as vertentes apresentam-se com um perfil convexo, em geral com inclinação compreendida entre 10 e 15 graus;
  •  Na zona das savanas (clima tropical com duas estações distintas), as encostas são menos convexas e, às vezes, tendem a um perfil retilíneo, com ligeiras ondulações;
  • Nas áreas semi-áridas, as vertentes apresentam um perfil marcadamente côncavo, dominado as superfícies planas (pediplanos) com relevos residuais (inselbergues).
Os processos morfogenéticos externos terrestres englobam dois aspectos: a meteorização e a desnudação. A meteorização, ou intemperismo é considerada um processo prévio da desnudação, ou seja, ela prepara a rocha para o desgaste erosivo, modificando-a fisicamente e quimicamente.

A meteorização compreende o conjunto de processo que provocam a desagregação mecânica e/ou a decomposição química das diversas rochas que compõem a crosta terrestre. A meteorização e o clima formam um binômio inseparável. O clima determina o tipo de meteorização dominante numa dada região.

O resultado final dos processos de meteorização é o regolito, em cuja parte superior estabelece-se o solo.


A meteorização é determinada, dentre outros, pelos fatores:

  • A ação da água;
  • O oxigênio;
  • As amplitudes térmicas;
  • O gelo;
  • O ácido carbônico;
  • Os organismos vivos.


Tipos de meteorização (Intemperismo)

Na natureza, podem ser identificados dois tipos de processos de meteorização: meteorização física ou mecânica e meteorização química. Ambas agem simultaneamente, mas o domínio de uma sobre a outra dependerá essencialmente das condições climáticas ambientais.

A meteorização física ou mecânica é o conjunto de fenômenos que produzem a desintegração da rocha, sem, contudo, acarretar alterações químicas. É determinada pelos seguintes fatores:


  • Mudanças de temperatura;
  • Congelamento das águas;
  • Cristalização dos sais;
  • Ação mecânica do sistema radicular dos vegetais.

As mudanças de temperatura provocam dilatação e contração dos minerais componentes das rochas. Em virtude das diferenças de coeficiente linear de dilatação dos minerais, vai ocorrendo, em conseqüência das amplitudes térmicas, um estresse nestes, que se desagregam das rochas.

As raízes dos vegetais exercem, também, uma pressão notável sobre as fendas das rochas onde se estabeleceram. O resultado dessa ação física é a expansão dessas fendas. Uma raiz de arvore com 10cm de espessura pode soerguer uma camada de rochas com centenas de quilos.

A meteorização química diz respeito às transformações químicas sofridas pelas rochas decorrentes da ação da água, oxigênio, ácidos orgânicos etc. dentre os mais destacados processos de meteorização química, podemos lembrar:


  • ·a Oxidação;
  • ·a Hidratação;
  • ·a Carbonatação;
  • ·a Dissolução;
  • ·a Hidrólise.

A oxidação consiste na união do oxigênio livre ou da água com um elemento ou substância química.

A hidratação é o processo mediante o qual certos minerais adquirem água do meio e aumentam o volume.

A dissolução é o processo que atinge os minerais solúveis, como por exemplo, os carbonatos. Esse processo é muito desigual, podendo-se fazer em profundidade, atraves da ação das águas subterrâneas ou à fraca distância da superfície ao contato com água de infiltração.

A hidrólise consiste na decomposição de minerais e a eliminação de elementos isolados, sendo comum nas micas e feldspatos.

Um fato importante a ser considerado na análise da meteorização química é a velocidade do aprofundamento da decomposição da rocha. Tal velocidade é mais nas áreas mais profundas.


Vertentes

Vertente é a porção inclinada da superfície terrestre que delimita formas de relevo positivas e negativas. As vertentes podem assumir as seguintes feições: convexas, côncavas, retilíneas e compostas. Essas seguintes decorrem da influencia das condições litológicas, climáticas e das interferências tectônicas.


O escoamento superficial

O escoamento superficial das águas provenientes das chuvas constitui um poderoso agente erosiva, sendo bastante eficiente na remoção do regolito. Contudo, nas paisagens úmidas, densamente colonizadas por florestas, a atuação das águas pluviais é reduzida, em face da cobertura vegetal, que impede o deslocamento mais rápido do escoamento superficial.

Nas áreas semi-áridas, onde a cobertura vegetal é rarefeita e os aguaceiros são fortes e concentrados num curto período de tempo, o escoamento superficial é o elemento determinante na morfogênese das vertentes que, em decorrência, assumem um perfil marcadamente côncavo.

Podemos definir escoamento superficial como sendo o escoamento da água de chuva (ou mesmo da fusão da neve) nas superfícies inclinadas das vertentes, sob a forma de lanço contínuo ou filetes, que desaparecem quando a chuva cessa.

O escoamento superficial pode ocorrer sob as seguintes formas:


  • escoamento em lençol (“sheet food”);
  • escoamento em filetes (“rill wash”);
  • escoamento em ravina (“gullyng”).  

As formas do relevo


Relevo

São irregularidades, saliências e reentrâncias da superfície terrestre. As diversas configurações da crosta terrestre são: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

As montanhas: são as maiores saliências do relevo. Quando a montanha aparece isolada denomina-se monte, colina ou morro. Quando se apresenta unida a várias outras recebe a denominação de serra. As montanhas tipo alpino datam da era Cenozóica do período terciário.


Os planaltos: constituem extensos terrenos tabulares, sem nenhuma saliência ou reentrância, geralmente com altitudes superiores a 220m.

Quando à origem, eles podem ser de levantamento e de erosão. O primeiro resulta do soerguimento de uma área terrestre, enquanto que o de erosão provém de desgaste imposto aos relevos montanhosos.


As planícies: correspondem a áreas relativamente baixas, sem maiores saliências geralmente formadas pelo processo de sedimentação. As planícies são áreas planas, delimitadas por aclives onde os processos de deposição superam os de erosão. De acordo com AB’SÁBER (1975), correspondem às áreas de relevo praticamente nulo, situadas à margem de colinas ou planaltos ou embutidas entre colinas e morros. As planícies podem ser divididas em: fluviais, fluvio-marinhas,  marinhas, eólicas, lacustres e glaciais.


As depressões: constituem as formas de relevo mais baixas em relação às superfícies próximas (depressão relativa), ou em relação ao nível do mar (depressão absoluta).


Estrutura geológica

Podemos distinguir três tipos básicos:



1. Os escudos ou maciços antigos

Escudos correspondem aos primeiros núcleos de rochas que afloram desde o inicio da formação da crosta terrestre.

Os escudos ou maciços, também conhecidos como cráton, são formados pro rochas magmáticas e metamórficas e datam principalmente da era Pré-Cambiana (primitiva e Paleozóica). Grande estabilidade tectônica.


2. As bacias sedimentares

Correspondem a depressões, que, através das eras geológicas, foram preenchidas com detritos ou sedimentos trazidos de outras áreas. Formam-se na Era Paleozóica, há também as que se formam nas eras Mesozóica e Cenozóica.

3. Dobramentos modernos

Correspondem a grandes curvamentos de forma côncava e convexa que aparecem na crosta terrestre, resultantes da ação de força tectônicas e que deram origem as altas cadeias montanhosas. Formaram-se recentemente, era Cenozóica, período terciário (14 a 70 milhões de anos atrás).


Exemplos de morfoestruturas

Definiremos a seguir alguns tipos de morfoestruturas encontrados na crosta terrestre.

Cadeia montanhosa submarina – corresponde a elevações encontradas sobre o fundo dos oceanos originadas por processos de origem vulcânica ou tectônica. É uma área sismicamente ativa. São exemplos dessa unidade de relevo a Cadeia Meso-Atlântica e a Cadeia Meso-Índia.


Chapada – é uma superfície tabular estrutural, em geral limitada por rebordos localmente festonados, disposta horizontalmente (figura 74). A chapada desenvolve-se em estrutura concordante e horizontal de bacias sedimentares. No Nordeste brasileiro e no Brasil Central há inúmeros exemplos de chapadas.


 Cuesta – o termo cuesta foi utilizado pela primeira vez por Williams Moris Davis para definir um relevo dissimétrico, formado de um lado por uma vertente íngreme e de um outro por um planalto que se inclina suavemente em sentido inverso. A cuesta é um relevo derivado da estrutura concordante e inclinada de uma bacia sedimentar. Para que se desenvolva um relevo cuestiforme são necessárias algumas condições já apontadas por TRICART (1949):


  • alternância de camadas de dureza diferente;
  • existência de camadas rochosas inclinadas (estrutura monoclinal), em principio concordantes;
  • ataque da região pela erosão.


Escarpa de falha – trata-se, como foi dito anteriormente, de uma vertente abrupta, de altura variável, que se desenvolve diariamente no plano da falha. As escarpas de falha primitivas são freqüentemente observadas em áreas neotectônicas.


Montanhas de dobramento – são diversos tipos de montanhas que se originaram por tectonismo plástico. Depois de ter ocorrido o dobramento, as camadas enrugadas são soerguidas a milhares de metros de altura, sendo sulcadas por rios ou geleiras de altitude (AB’SÁBER, 1975). As montanhas de dobramento são, às vezes, denominadas de sistemas montanhosos ou cinturões montanhosos, como por exemplo: os Alpes, os Andes, etc.


Rift – o rift, Segundo HUBP (1989), é uma estrutura tectônica falhada da crosta terrestre, com extensão linear de milhares de quilômetros. São áreas de atividades sísmicas e vulcânicas. Existem rifts continentais (Lago Baical, Lagos da África Orienteal) e rifts oceânicos ( ao lonfo das dorsais submarinas). A bacia do Recôncavo-Tucano-Jatobá é um exemplo de rift obliquo no Brasil.


Trincheira – é uma morfoestrutura tectônica formada na área de subdução de uma placa litosférica. Trata-se de uma região de elevada atividade sísmica, situada no assoalho submarino. Algumas trincheiras ou fossas submarinas possuem uma profundidade superior a 1.100m, como é o caso da fossa das Marianas.


Pediplanos


Pediplano é definido como uma superfície inclinada, formada pela coalescência de pedimentos. Apresenta uma topografia com uma inclinação menor do que pedimento, sendo quase nula a declividade em todas as direções.

No inicio da pediplação tem-se o alargamento rápido dos valores pelo escoamento superficial. Na fase seguinte, ocorre a individualização dos relevos residuais, para finalmente originar-se o pediplano.

Nos ambientes secos é comum a existência de vários pediplanos escalonados na paisagem. Esse escalonamento precisa ser cuidadosamente analisado. Deve-se ter em mente que nem sempre uma sucessão de pediplanos pode significar a existência de mais um “ciclo de pediplaçao”. A atuação de fatores tectônicos, às vezes, justifica a presença de diversos níveis de topografias aplanadas. Um pediplano, por exemplo, pode ter sido desnivelado por uma falha, dando a impressão da existência de duas superfícies pediplanas.


Inselbergues

Os inselbergues são formas de relevo isolados encontradas sobre os pediplanos. Jean Dresch caracterizou os inselbergues como sendo relevos em forma de “ilhas”, pouco extensos e esfacelados, sem sistema de vales e cristas.

Há inselbergues de resistências e inselbergues residuais. São considerados de resistência quando existe graças à ocorrência de uma rocha mais compacta e resistente do que as das áreas vizinhas. São tidos como residuais quando representam um resto de uma antiga superfície de erosão (pediplano) e se comportam como divisores d’água.

Os inselbergues assumem as formas mais variadas. Há inselbergues, desenvolvidos em rochas graníticas, que têm a forma de diáclases recurvadas.


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