Conflitos
Étnicos
Os Conflitos Étnicos envolvem questões religiosas,
territoriais, políticas e culturais. O embate entre grupos ou comunidades com
características diferenciadas muitas das vezes resulta em genocídio.
Os Conflitos Étnicos são antigos na história
da humanidade. Ainda na pré-história, segundo alguns antropólogos, os Neandertais
foram extintos em função de um conflito causado por diferenças étnicas
contra os Homo sapiens. Assim, vários outros povos também
sofreram com aniquilações no decorrer do tempo. Na Idade Média, foram vários os
conflitos ocorridos por interesses de um reino dominar o outro que possuía
origens culturais diferentes. Houve também as Cruzadas, um dos casos mais emblemáticos
do período. Em linhas gerais, tratavam-se do embate entre cristãos e
muçulmanos.
Na Idade Moderna, houve um dos maiores genocídios
da história humana. Em meio ao processo de expansão marítima, os
Espanhóis chegaram até a América e encontraram um povo com características bem
distintas, os índios. Com o intuito de colonizar as novas terras e enriquecer
os cofres espanhóis com metais preciosos, cerca de 70 milhões de nativos foram
mortos.
O termo Conflito Étnico identifica qualquer
conflito que tenha em sua essência o choque de pessoas com origens religiosas,
raciais, culturais ou geográficas. O enfrentamento violento está sempre
presente e por vezes as ações são tão extremizadas que violam as determinações
do Código de Guerra. É o caso do genocídio, que leva a morte milhares ou
milhões de pessoas, sem distinção entre civis e militares, homens, mulheres ou
crianças. Em alguns casos, especialmente no Oriente Médio, o termo Conflito
Religioso é usado no lugar de Conflito Étnico porque os motivos religiosos
são bem mais destacados em relação aos demais.
A lista de Conflitos Étnicos é enorme. Para
o continente europeu podemos citar: o Conflito nos Bálcãs, que
colocou em choque as várias nacionalidades que compunham a Iugoslávia, levando
ao seu esfacelamento; o processo de independência da Bósnia, que colocou
croatas, sérvios e muçulmanos em conflito, resultando em uma limpeza étnica dos
não sérvios na região; a Guerra do Kosovo, onde
a população que ansiava por direitos para a população de origem albanesa foi
massacrada; a Questão Basca, no qual
um povo com identidade e cultura própria no norte da Espanha luta por sua
independência; a Questão Irlandesa, que deseja conquistar a independência
da Irlanda em relação ao Reino Unido; e os Conflitos
no Cáucaso, que geram disputam entre as cerca de 50 etnias que
vivem na região.
No continente Asiático há, por exemplo, o Conflito
Étnico na Caxemira, onde há resquícios do fim do imperialismo inglês que
colocam em confronto as etnias da região. O Sri Lanka é uma ilha
habitada por diversas etnias que enfrentam-se, principalmente, por questões
religiosas. A Indonésia vivencia a opressão que uma maioria muçulmana
impõe sobre uma minoria
católica. O mesmo tipo de confronto ocorre nas Filipinas. A China enfrenta
os movimentos
separatistas em aproximadamente 40% do território por causa das
diferenças culturais e da insatisfação com as exigências impostas com a
revolução socialista. E, por fim, os Curdos representam o
maior povo sem Estado no mundo. Vivendo no Oriente Médio, buscam a
independência de um território para seu povo.
Atualmente, o caso mais latente na América é
o do Quebec, província canadense com uma cultura francesa.
Diferentemente do restante do país que traz as marcas da colonização inglesa. A
província de Quebec tentou ser independente, mas continua como parte do Canadá.
Para amenizar a situação, o francês foi declarado oficialmente como segunda
língua no país.
E, por fim, o continente africano que é
marcado por uma série de Conflitos Étnicos. A maioria dos problemas africanos
estão ligados a fatores desse tipo, o que é uma consequência da exploração que
as potências capitalistas desenvolveram no continente. No século XIX, a África
foi toda dividida entre os países imperialistas que buscavam suas
matérias-primas e as zonas de influência no continente. A divisão do território
foi toda feita sem se levar em consideração as diferenças étnicas em cada
região, deixando, muitas vezes, grupos rivais, ou, pelo menos, de práticas
culturais muito distintas vivendo em um mesmo território. As conseqüências
desse processo são vistas até hoje, marcando os grandes problemas de
instabilidade social e política no continente. No caso africano, podemos citar
o Genocídio de Ruanda,
no qual milhares de tutsis foram mortos por hutus; os conflitos no Chifre da
África, ocasionando em devastação da região; e os Conflitos na Nigéria, onde há
confrontos entre grupos religiosos e o governo do país.
Fonte:
http://www.scribd.com/doc/22041477/CONFLITOS-ETNICOS-ATUAIS
http://www.portalimpacto.com.br/docs/Aula21Franco2Ano.pdf
http://www.scribd.com/doc/22041477/CONFLITOS-ETNICOS-ATUAIS
http://www.portalimpacto.com.br/docs/Aula21Franco2Ano.pdf
Disponível
em:< http://www.infoescola.com/historia/conflitos-etnicos/>.
Acesso: 01/05/2017
Curdos
O povo curdo (Kurd, em língua curda) é uma
etnia de origem iraniana, nativa do oriente médio, que conta atualmente com uma
população de cerca de 20 a 36 milhões de pessoas. A área onde originalmente
vivem encontra-se dividida entre quatro países, Turquia, Iraque, Irã e
Síria e recebe o nome de Curdistão, com uma área de cerca de 300 mil km².
Seu idioma é o curdo, uma língua iraniana, a cujo
grupo pertencem entre outras línguas o persa, o osseta (falado na região de Ossétia
do Norte e Ossétia
do Sul, no Cáucaso),
e o pachto (principal língua do Afeganistão); além desta, vários curdos falam
um grupo de seis línguas de importância menor: Gorani, Bajelani, Kirmanjki,
Dimli, Sarli e Shabaki. A religião predominante entre os curdos é o islamismo. Em seu modo de
vida tradicional, constituem um agrupamento de famílias que vivem em forma de
tribos, trabalhando na suas atividades mais comuns, como o pastoreio e
fabricação artesanal de tapetes.
Acredita-se que os curdos tenham uma origem
multirracial, incluindo-se em sua composição povos como os medos, armênios,
persas e turcos. Conquistam a cidade de Nínive em 612 a.C. e em 550 a.C. são
por conquistados pelos persas. No século VII de nossa era, os curdos convertem-se
em sua maioria ao islamismo, e seus primeiros principados se formam no século
X. Apesar de nunca constituírem um estado independente, mas desfrutaram de
relativa autonomia até 1639. Neste ano o Curdistão é repartido entre os
impérios Persa (Irã) e Otomano (Turquia).
A partir daí, sucessivos arranjos foram realizados
em território curdo de acordo com as disputas políticas internacionais. Após a Primeira
Guerra Mundial, com o desmembramento do Imperio
Otomano, parte do Curdistão foi integrada ao Iraque e a outra
continuou parte da Turquia. Em 1924, com o novo regime turco, a língua, a
cultura e as instituições curdas são suprimidas, tendo em vista o seu
aniquilamento como cultura e etnia diferenciada. Durante a Segunda Guerra os
curdos sob domínio do Irã empreendem uma luta armada pela sua independência, e
chegam a criar a efêmera República de Mahabad, em 1946, estado reconhecido pela
União Soviética, mas logo revertido ao domínio iraniano. Desde então,
movimentos separatistas curdos são constantemente reprimidos com violência nos
quatro países que ocupam o território do Curdistão. Atualmente, a liderança
mais famosa entre tal povo é Abdullah, Ocalan, líder do Partido Trabalhista do
Curdistão, que cumpre uma pena de prisão perpétua na Turquia.
Bibliografia:
Povo curdo. Disponível em <http://www.infoescola.com/oriente-medio/curdos/l>. Acesso em: 01/05/2017.
Povo curdo. Disponível em <http://www.infoescola.com/oriente-medio/curdos/l>. Acesso em: 01/05/2017.
Conflito entre Israel e Palestina
Os conflitos entre Israel e Palestina
nasceram em tempos remotos, pois se enraízam nos ancestrais confrontos entre
árabes e israelenses. Mas os embates entre estes povos, que detêm a mesma
origem étnica, recrudesceram no final do século XIX, quando o povo judeu,
cansado do exílio, passou a expressar o desejo de retornar para sua antiga
pátria, então habitada em grande parte pelos palestinos, embora sob o domínio
dos otomanos. O ideal judaico de retorno á terra natal de seus antepassados é
conhecido como Sionismo, vigente desde 1897, estimulado pela Declaração de
Balfour, iniciativa britânica, que dá aos judeus aquilo que até então eles não
tinham, direitos políticos próprios de um povo. Neste momento, vários colonos
judeus começaram a partir na direção da terra prometida.
Com a queda do Império
Otomano, a Inglaterra transforma a região em colônia britânica,
instituindo um protetorado - apoio dado por uma nação a outra menos poderosa -
na região pleiteada tanto por palestinos quanto por israelenses, o qual se
estendeu de 1918 até 1939. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, com
a perseguição do Nazismo aos judeus, os
problemas se agravaram, pois mais que nunca eles desejavam retornar à
Palestina, há muito tempo consagrada como um território árabe.
O principal confronto entre palestinos e israelitas
se dá em torno da soberania e do poder sobre terras que envolvem complexas e
antigas questões históricas, religiosas e culturais. Tanto árabes quanto judeus
reivindicam a posse de territórios nos quais se encontram seus monumentos mais
sagrados. A ONU ofereceu aos dois lados a possibilidade de dividir a região
entre palestinos e israelenses; estes deteriam 55% da área, 60% composta pelo
deserto do Neguev. A Palestina resistiu e se recusou a aceitar a presença de um
povo não árabe neste território.
Com a saída dos ingleses das terras ocupadas, a
situação se complicou, pois os judeus anunciaram a criação do Estado de Israel.
Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque se mobilizaram e deflagraram
intenso ataque contra os israelenses, em busca de terras. Assim, o Egito
conquista a Faixa de Gaza, enquanto a
Jordânia obtém a área composta pela Cisjordânia e por Jerusalém Oriental. Como
conseqüência desta disputa, os palestinos são desprovidos de qualquer espaço
nesta região.
A OLP – Organização para Libertação da Palestina –,
organização política e armada, voltada para a luta pela criação de um Estado
Palestino livre, é criada em 1964. Logo depois, em 1967, os egípcios passam a
impedir a passagem de navios israelenses e começam a ameaçar as fronteiras de
Israel localizadas na península do Sinai, enquanto Jordânia e Síria posicionam
seus soldados igualmente nas regiões fronteiriças israelenses. Antes de ser
atacado, o povo israelita dá início à Guerra
dos Seis Dias, da qual sai vitorioso, conquistando partes da Faixa
de Gaza, do Monte Sinai, das Colinas
de Golã, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Em 1982, obedecendo
a um acordo com o Egito, assinado em 1979, os israelenses deixam o Sinai.
Em 1973, outra guerra se instaura entre Egito e
Síria, à frente de outros países árabes, e Israel, o Yom
Kippur, assim denominada por ter se iniciado justamente nas
comemorações deste feriado, um dos mais importantes dos judeus, com um ataque
surpresa dos adversários. Este embate provoca no Ocidente uma grande crise
econômica, pois os árabes boicotam o envio de petróleo para os países que
apóiam Israel, mas apesar de tudo os israelenses saem vitoriosos, com acordos
estabelecidos em Camp David, território norte-americano. O Egito é o primeiro
povo árabe a assinar um tratado de paz com Israel,
sob os governos do egípcio Anuar Sadat e do primeiro ministro israelense
Menahen Begin. Em conseqüência deste ato, o país é expulso da Liga Árabe.
Mas a paz não dura muito. Em 1982 Israel ataca o
Líbano, com o suposto objetivo de cessar as investidas terroristas que seriam
empreendidas pela OLP a partir de bases localizadas neste país. Cinco anos
depois ocorre a primeira Intifada – sublevação
popular assinalada pela utilização de armas rudimentares, como paus e pedras,
atirados contra os judeus; mas ela não se resumia só a essas investidas,
englobava também vários atentados sérios contra os israelenses. Finalmente, em
1988, o Conselho Palestino rejeita a Intifada e aceita a Partilha proposta pela
ONU.
No ano de 1993, através do Acordo de Paz de Oslo,
criou-se a Autoridade Palestina, liderada pelo célebre Yasser Arafat. Os
palestinos, porém, continuaram descumprindo as cláusulas do tratado por eles
firmado, pois a questão principal, referente a Jerusalém, se mantém em aberto,
enquanto os israelenses, mesmo dispostos a abandonar várias partes dos
territórios ocupados em Gaza e na Cisjordânia, preservam neles alguns
assentamentos judaicos. Por outro lado, não cessam os atentados palestinos.
Uma nova Intifada é organizada a partir de 2000. Um
ano depois Ariel Sharon é elevado ao cargo de primeiro-ministro de Israel,
invade novamente terras palestinas e começa a edificar uma cerca na Cisjordânia
para evitar novos atentados de homens-bombas. Em 2004 morre Yasser Arafat,
substituído então por Mahmud Abbas, ao mesmo tempo em que israelenses recuam e
eliminam encraves judaicos nos territórios ocupados. O terror, porém, continua
a agir. Em 2006 ocorre um novo retrocesso com a ascensão do Hamas, grupo de
fundamentalistas que se recusa a aceitar o Estado de Israel, ao Parlamento
Palestino. Qualquer tentativa de negociação da paz se torna inviável.
As chances do nascimento de um Estado Palestino
eram crescentes, mas com a eleição do Hamas, não
reconhecido pela comunidade internacional, tudo se complica e as
possibilidades de paz se reduzem. Neste momento, por conta de confrontos
internos entre os palestinos, eles perdem a maior oportunidade de garantir a
soberania sobre o território reivindicado, pois há uma nova escalada do terror.
Em 2006 também ocorre o afastamento de Ariel Sharon, atingido por um derrame
cerebral que o deixa em coma. Ele é então substituído temporariamente por Ehud
Olmert, logo depois consolidado no poder pela vitória de seu partido nas
eleições.
Atualmente, a maior parte dos palestinos e
israelenses concordam que a Cisjordânia e a faixa de Gaza devem constituir o
Estado Palestino; e o Hamas e o Fatah uniram-se para a
instauração de um governo de coalizão, à custa de muito sangue palestino
derramado, mas esse passo ainda não foi suficiente para instalar a Palestina de
volta nas mesas de negociação.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_israelo-palestino
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105498.shtml
http://www.historiamais.com/israel_arabes.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_israelo-palestino
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105498.shtml
http://www.historiamais.com/israel_arabes.htm
Disponível em:.Acesso:01/05/2017.
O Tibete
O Tibete está localizado no planalto da
Ásia, ao norte da cordilheira do Himalaia, e é um território muito disputado.
Seu território é considerado um dos mais altos do mundo, com uma elevação que
chega a ser de 4.900 metros de altitude sendo chamado por muitos de “teto do
mundo”. Seus habitantes são chamados de Tibetanos, mas porém é habitado também
por outro grupos étnicos como os monpas, e os lhobas, além das minorias de
chineses.
A História do Tibete começa a mais ou menos
2.100 anos atras. Em 127 a.C uma dinastia militar se fixou no território (atual
Tibete) e passou a comandar a região, no que mais tarde seria oito séculos de
dominação. Esse processo começou a mudar em 617, quando o Imperador Songtsen
Gampo começou a transformar a civilização (que até então era um feudo) em um
Império. Seu “reinado” durou muito tempo, até 701, e seus feitos também foram
muito importantes como: criação do alfabeto Tibetano, estabeleceu um sistema
legal, favoreceu o livre exercício religioso do budismo, e construiu vários
templos.
A partir do século VII a região tornou-se no centro
do lamaísmo, religião baseada no budismo, o que transformou o pais em um
poderoso reinado. No século XVII o Tibete é declarado incluído no território
Chinês, e a partir disso seguem-se dois séculos de luta pela independência.
Um grupo político de grande importância, e que tem
que ser citado se tratando em história do Tibete, é os denominados Dalai Lamas,
que esteve no governo do Tibete por um bom tempo. Em 1913, esse mesmo grupo,
liderado pelo 13° Dalai Lama, expulsou todos os representantes e todas as
tropas Chinesa do território formado atualmente pela Região Autônoma do Tibete.
Essa “expulsão dos chineses” pode ter sido visto como uma grande afirmação, que
representaria a autonomia do Tibet. Porém essa “independência” não foi aceita
pelo governo da China e nem recebeu reconhecimento diplomático internacional
algum.
Após uma invasão e uma batalha aguerrida em Chamdo,
em 1950, o Partido Comunista da China assumiu o controle da região de Kham, e
no ano seguinte o 14° Dalai Lama e seu governo assinaram o Acordo de Dezessete
Pontos. Em 1959, juntamente com um grupo de lideres Tibetanos e de seus
seguidores, o Dalai Lama fugiu pra Índia, e lá mesmo instalou o Governo do
Tibete no Exílio. A partir disso há uma discussão entre o Governo Tibetano no
Exílio e o governo Chines a respeito de quando exatamente o Tibete teria
realmente passado a fazer parte da China, e se essa incorporação é legitima, de
acordo com o direito internacional.
Disponível em:<
http://www.infoescola.com/historia/historia-do-tibete/>. Acesso:
01/05/2017
A Questão dos Bascos
A questão basca, ou questão dos bascos,
é um conflito territorial e étnico surgido no final do século XV e início do
XVI com a unificação da Espanha em um só reino e a anexação da porção sul da
região à Espanha e da porção norte da região à França.
O País Basco, como pode ser chamado, é
composto por sete regiões tradicionais: Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que
compõem o território de Hegoalde na Espanha, e Baixa Navarra, Lapurdi e Sola
que compõem o território de Iparralde na região francesa. Oficialmente, o
território de Iparralde é considerado uma parte do Departamento Francês dos
Pirineus Atlânticos. E, Hegoalde, é considerada uma comunidade autônoma
denominada Euzkadi separada da Comunidade Foral de Navarra, ambas constituintes
da Monarquia
Constitucional Espanhola.
O povo basco teria ocupado a região da Península
Ibérica por volta de 2000 a.C. tendo resistido durante séculos a invasões e à
dominação por outros reinos, inclusive os romanos. Sua cultura resistiu ao
tempo e às conquistas, se tornando, a língua basca, a língua mais antiga falada
atualmente na Europa, mesmo tendo surgido
como língua escrita apenas no século XVI o que, apenas contribuiu para
fortalecer o espírito nacionalista do povo basco.
A principal característica da questão basca é que
os bascos lutam para manter sua identidade como povo, sua língua, cultura e
modo de vida. Ao invés de serem incorporados e suplantados por outra cultura,
como a maioria dos povos que habitaram a Península Ibérica e a Europa. Outro
ponto interessante é o apoio que a luta armada do grupo guerrilheiro ETA (Euzkadi Ta
Askatana, que em vasconço significa “Pátria Basca e Liberdade”) tem da
população basca. Ou, pelo menos tinha.
O ETA surgiu em 1959 como um movimento socialista
fundado através da união de diversos grupos políticos que atuavam na região.
Desde a Guerra Civil Espanhola
(1936-39) e do bombardeio à cidade de Guernica pelos nazistas alemães como
represália ao apoio do povo basco aos republicanos, então aliados dos
anarquistas e socialistas e, a proibição do vasconço em todo o território basco
pelo general Franco, o sentimento nacionalista basco foi se tornando cada vez
mais forte. Estes fatos, também contribuíram para que o ETA decidisse pela luta
armada e tivessem o apoio da população.
Mas, com o final da ditadura de Franco em 1975 e os
direitos cedidos pela Constituição de 1978 que defende o respeito pela
diversidade cultural e lingüística, e de um estatuto especial assegurando à Catalunha, à Galiza e ao
País Basco o direito de utilizar suas próprias línguas e ainda outros direitos
que lhes confere certa autonomia, a guerrilha do grupo ETA começa a perder
força ante a população basca.
Desta forma, em março de 2006 o ETA declara uma
trégua que durou apenas 14 meses. O ETA já decretou várias tréguas desde 1981,
mas, apenas oito delas foram de fato efetivadas.
Atualmente o Partido Nacionalista Basco (PNV) tenta
um acordo com o governo espanhol para a realização até o final de 2008, em
caráter consultivo e, até 2010 de forma definitiva, de dois plebiscitos onde o
povo basco decidirá sobre o tipo de governo a ser adotado e sobre a relação
política entre o País Basco e a Espanha. No entanto, o primeiro – ministro
espanhol, José Luis Zapatero, rejeita o plano Ibarretxe, como é chamado o plano
lançado pelo PNV. Até lá as expectativas apontam que o ETA deverá decretar mais
um cessar fogo
como próximo ao plebiscito como manifestação de apoio ao PNV.
Fontes
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=195
Disponível em:< http://www.infoescola.com/historia/a-questao-dos-bascos/>. Acesso: 01/05/2017
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=195
Disponível em:< http://www.infoescola.com/historia/a-questao-dos-bascos/>. Acesso: 01/05/2017
Chechênia
A Chechênia
(Noxçiyn, em checheno; Chechênia é na verdade a versão russa para o nome da
área) é uma das repúblicas que atualmente compõem a Federação Russa (num total
de vinte e uma). O status de república é o maior nível de autonomia possível,
garantidas às etnias que não são russas, que adquirem o direito de promover sua
própria língua como oficial em todo seu território, manter bandeira e símbolos
locais, além de estabelecer constituição própria.
Mesmo com
tamanha autonomia, a Chechênia é certamente o caso mais famoso de luta
separatista na Rússia desde o colapso da União Soviética em
1991. Localizada no norte do Cáucaso, região plena de movimentos separatistas,
a República da Chechênia divide limites com a Ingushétia e Ossétia do Norte a
oeste; o Krai de Stavropol a norte; o Daguestão a norte e a leste, e a República da Geórgia ao sul. Desses territórios,
todos pertencem à Rússia, com exceção da Geórgia, que constitui um país
independente.
Com uma
área total de 17.300 km² (equivalente ao estado brasileiro de Sergipe), sua
capital é Grozny e as línguas oficiais são o checheno e o russo. O governante é
Ramzan Kadyrov, e a religião predominante é o islã da linha sunita, seguida por
94% da população.
A
Chechênia causa dores de cabeça aos russos há quase dois séculos. A resistência
de Imam Shamil foi finalmente vencida em 1859, depois de uma campanha longa e
sangrenta. Seu povo ainda esperaria por mais de 60 anos pela independência, de
curta duração, em meio ao caos da revolução de outubro. Em 1922 a república
voltava ao domínio russo.
Durante a
Segunda Guerra Mundial,
a invasão nazista representou um vislumbre de liberdade do domínio de Moscou.
Quando a guerra terminou, Stalin buscou vingança,
acusando os líderes chechenos de colaboracionistas. Sua punição foi a
deportação em massa para a Sibéria e Ásia Central. Eles foram autorizados a
retornar somente em 1957, quando Khrushchev estava no poder no Kremlin.
Após o
fim da União Soviética, os separatistas locais já lutaram em duas ocasiões
diferentes pela emancipação desta república, em episódios conhecidos como a
Primeira e a Segunda Guerra da Chechênia. A primeira ocorre entre 1994 e 1996,
quando Boris Yeltsin,
presidente russo à época, resolve finalmente enviar tropas para restaurar a
soberania russa na área, já que forças locais tinham declarado independência em
1991. Seu desfecho é uma humilhante derrota para o lado russo, que retira suas
forças em meio a altas baixas, sendo ainda forçado a celebrar um acordo de paz.
Em 1999 o
primeiro-ministro Valdimir Putin organiza nova ofensiva contra os separatistas
chechenos, após uma série de atentados a alvos civis desencadeados pouco tempo
antes em Moscou. Ao mesmo tempo, os chechenos tentavam duplicar seu movimento
no Daguestão, outra república russa vizinha à Chechênia, buscando formar um
estado islâmico independente na área das duas repúblicas.
Em
resposta, a Rússia dá início à Segunda Guerra da Chechênia, e dessa vez age de
forma rápida e decisiva, abafando os focos rebeldes. Desde então, ambos os
lados abusam de táticas violentas que desrespeitam os mais básicos direitos
humanos. Ações espetaculares de violência gratuita, atingindo mulheres,
crianças e idosos em ambos os lados se repetem ano após ano, em meio a um clima
permanente de tensão que ronda a área até hoje, pois a questão da Chechênia não
foi ainda bem resolvida e seus principais atores não parecem interessados em
solucionar a questão por meio do diálogo.
Bibliografia:
SHAH, Anup. Crisis in Chechnya(em inglês). Disponível em <http://www.globalissues.org/article/100/crisis-in-chechnya>. Acesso em: 16 abr. 2012.
SHAH, Anup. Crisis in Chechnya(em inglês). Disponível em <http://www.globalissues.org/article/100/crisis-in-chechnya>. Acesso em: 16 abr. 2012.
Regions and territories: Chechnya(em inglês). Disponível em
<http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/2565049.stm>.
Acesso em: 16 abr. 2012.
Entenda o conflito na Chechênia. Disponível em
<http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI376387-EI294,00-Entenda+o+conflito+na+Chechenia.html>.
Acesso em: 16 abr. 2012.
Disponível
em:< http://www.infoescola.com/europa/chechenia/>.
Acesso: 01/05/2017
O
território da Caxemira
A Caxemira (ou “Kashmir”) é uma região
montanhosa ao norte da Índia e do Paquistão e que possuía na época da
independência da Índia (1947) uma posição vantajosa considerando-se que ficava
bem próxima da região do Tadjiquistão, então parte da União Soviética.
Localizada no norte do subcontinente indiano a
Caxemira também engloba as regiões de Jammu e Ladakh fazendo fronteira com a
China a nordeste. Atualmente a região da Caxemira se divide em quatro áreas
diferentes: os Territórios do Norte e a Caxemira Livre, pertencentes ao
Paquistão, a região de Jammu e Caxemira pertencentes à Índia e a região de
Aksai Chin sob ocupação chinesa.
Os conflitos pela região da Caxemira, ou a questão
da Caxemira, se iniciaram no final da colonização britânica, em 1947 logo após
a II Guerra, quando todo o
subcontinente indiano que até então era dominado pela Inglaterra, foi dividido
em dois países, a Índia e o Paquistão.
A divisão se deu através da união das regiões de
maioria muçulmana constituindo o Paquistão e das regiões de maioria hindu
constituindo a Índia.
Os hindus e os muçulmanos
nunca se entenderam muito bem. Para os adeptos do hinduísmo ou do islamismo não
se trata apenas de religião, são modos de vida diferentes, visões de mundo
diferentes.
A religião hindu, surgida na Índia, reverenciava
vários deuses diferentes ao contrário da religião islâmica, trazida por
conquistadores, que acreditava num deus único e tinha em Maomé sua figura
maior. Sem contar que os hindus viviam em uma sociedade de castas, extremamente
hierarquizada, onde não havia igualdade entre os indivíduos, contrastando com o
que era pregado pela religião maometana de que todos os homens são iguais
perante Deus.
Quando da época da independência da Índia, o líder
religioso Mahatma Gandhi (hindu) conduziu milhares de pessoas em uma
manifestação pacífica contra a dominação britânica pregando seu sonho de
constituir um país único e independente onde todas as etnias e religiões
pudessem viver igualmente. Mas, o sucesso do partido criado por ele (Congresso
Nacional Indiano) despertou nos muçulmanos,q eu não puderam compreendê-lo, o
medo de que os hindus, liderados por Gandhi, constituíssem um estado governado
pela sua religião onde eles fossem perseguidos. Nesse contexto, surgiu a Liga
Muçulmana para lutar pela divisão da região em dois estados, sendo um deles, de
muçulmanos.
Inicia-se então, uma guerra não declarada entre os
muçulmanos e indianos que começam a atacar-se mutuamente em uma série de
atentados culminando com o assassinato de Gandhi e, com a morte de milhares de
hindus e islamitas durante o período de independência enquanto tentavam se
deslocar cada qual para o respectivo país que se constituía.
Nesse período o marajá da Caxemira, o hindu Hari
Singh, pediu apoio à Índia para se defender da tribo dos Pathans que haviam
invadido a região. E, como recompensa, cedeu o território de Jammu e Caxemira à
Índia provocando a revolta dos 80% da população da região que eram islamitas.
Apoiados pelo Paquistão eles, então, começam a reivindicar sua independência.
A ONU, tentando resolver o
conflito, determinou que a própria população da região decidisse de qual estado
faria parte através de um plebiscito. Mas, a Índia nunca permitiu que o
plebiscito fosse realizado, fazendo eclodir uma guerrilha que já dura a mais de 50 anos,
resultou em duas guerras entre os dois países (1965 e 1971) e serviu de
pretexto para uma corrida armamentista nuclear.
É importante salientar que a guerra de
independência se deu durante o período da guerra fria, com o Paquistão recebendo apoio
dos EUA e a Índia da URSS e a região da Caxemira possuía uma posição
estratégica. Desta forma, o terreno ficou extremamente propício para que os
países iniciassem os testes para produção de armas nucleares visto que tanto os
EUA quanto a URSS não gostavam nenhum pouco da idéia de a China Popular ser a
única potência em tecnologia nuclear na Ásia. Assim, a Índia realizou seu
primeiro teste com uma arma nuclear em 1974 e o Paquistão em 1998 pondo à baixo
todas as esperanças de um final para este conflito.
Disponível em:< http://www.infoescola.com/historia/o-territorio-da-caxemira/>.
Acesso: 01/05/2017